Liderar não é fácil.
Liderar não é fácil. Mas a partir do momento em que um líder sabe os obstáculos que vai encontrar e se prepara para superá-los, as chances de sucesso aumentam. Este foi o tema da apresentação de Casey Mulqueen, diretor de aprendizado e desenvolvimento no grupo TRACOM, no ATD 2019. Ele elencou os cinco desafios que dificultam a liderança e o desenvolvimento de equipes e deu as coordenadas de como evitar as armadilhas.
Os seres humanos tendem a ter uma visão mais positiva sobre algo que possuem. Uma pessoa que compra um relógio, por exemplo, tende a achá-lo mais bonito e valioso do que as demais pessoas que não o possuem.
Nesse mesmo raciocínio, no ambiente de trabalho, profissionais tendem a superestimar o conhecimento dos seus chefes. Ou seja, um chefe tende a ser considerado mais inteligente por um subordinado do que por um outro funcionário não subordinado a ele.
Isso é tão verdade que uma pesquisa mostra que 75% dos funcionários de uma empresa fariam um curso com seus gestores.
A sugestão de Mulqueen é que este sentimento seja aproveitado para promover engajamento, gerar aprendizado e realizar mudanças.
Outra tendência dos seres humanos é a de querer deixar as coisas como estão. Geralmente, somos avessos a mudanças. Isso também é prejudicial em uma empresa.
O ideal é que os colaboradores sejam motivados e cheios de ideias. A dica de Mulqueen para estimular a equipe e evitar que sejam reativos a novidades é abusar de imagens na hora de se comunicar – seja em reuniões, apresentações, e-mails ou até mesmo na hora de passar uma tarefa para um colaborador.
O especialista explica que o cérebro consegue processar imagens 60 mil vezes mais rápido do que textos. Além disso, é 30 vezes mais provável que alguém se atente a um infográfico do que leia textos corridos. Vale destacar, também, que lembramos de apenas 10% do que foi dito oralmente em apresentações, enquanto retemos 65% da parte visual.
Segundo o especialista, quando nos tornamos especialistas em algo, inconscientemente, assumimos que todo mundo tem esse conhecimento. Esse pode ser um grande empecilho na hora de liderar e passar conhecimento para a equipe. “Facilitadores podem ser ineficazes quando perdem a empatia por quem está aprendendo”, diz.
A dica para evitar esse tipo de problema é: simplifique e conte histórias para ajudar as pessoas a visualizarem e lembrarem do que você está falando.
É como dizemos aqui na SOAP, tudo fica mais interessante com uma boa história. Preste atenção se você não usa muitos termos técnicos e fala rápido demais (como se todos já soubessem do que você está falando) na hora de instruir o time.
Imagine que você se planejou e pensou em estratégias para um projeto um ano atrás, passou todas as coordenadas à sua equipe antecipadamente e, na hora H, tudo saiu diferente do que você esperava.
Essas são algumas das situações em que “a falácia do planejamento” aparece. Segundo Mulqueen, costumamos subestimar o tempo para fazer e a dificuldade dos projetos.
Para não cair nesta armadilha, faça constantes inspeções de rotina em seus programas de treinamento. Em vez de simplesmente passar tarefas para o time e confiar totalmente na habilidade de execução de cada pessoa, converse com elas semanalmente.
Veja se existem dúvidas e como está o andamento do trabalho. Mais uma vez: não assuma que todos os funcionários têm o mesmo conhecimento que você.
Outra tendência natural, segundo o especialista, é assumir que sabemos de tudo, que conduzimos bem os projetos, que estamos orientando os colaboradores da melhor forma e que nada pode dar errado, porque estamos no comando.
Esse pensamento é um grande vilão quando o assunto é liderança e desenvolvimento. A dica é que você use a técnica do “e se?”. E se meu feedback for pior que eu esperava? Quais passos vou tomar? E se fulano não entender minhas orientações? De que outro jeito pode explicar?
Seguindo essas dicas, garante Mulqueen, será mais fácil evitar armadilhas ao liderar a sua equipe.
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